Boca Raton-Florida, 20 de junho de 2011
“Era verão em Boca Raton, dias de muito calor e sol brilhante, acordei naquela manhã as 6:00 hrs e fui fazer minha corrida matinal como de costume. As 7:00 já de volta e preparei o café para meus dois amores, Vitor meu marido e Igor,meu filho- amor da minha vida. A aquela era aparentemente uma segunda-feria comum e a nossa rotina seguia tranquilamente… até 3:58 daquela tarde quando meus olhos viram,minha mãos tocaram o corpo quase sem vida do meu menino.
O pesadelo que eu nunca havia tido se tornou real e todos os meus medos se fez verdade naquele momento que encontrei meu único filho de 3 anos, 11 meses e 361 dias no fundo da piscina da casa onde morávamos -de favor na América.
Quando vir os chinelos do meu Igor boiando naquela piscina, o impulso materno que não difere entre a vida e a morte quando um filho corre perigo me jogou na piscina sem se quer me lembrar que eu não sabia nadar.E debaixo da agua quando abrir os olhos ,vir meu bebe que sempre foi embalado pelos meus braços,de bruços, sendo traiçoeiramente embalado por aquela agua escaldante do verão do sul da Florida.
Num esforço descomunal, arranquei meu filho dos braços da aquela agua, liguei para meu marido e tudo que eu havia aprendido sobre primeiros socorros na escola, comecei a colocar em pratica. Ali eu gritava desesperados para que Deus salvasse meu menino,enquanto fazia as pressões em seu frágil peito e sopros em sua linda boca,que por estar muito tempo embaixo da água já estava azul .Mas,apesar de todas minhas tentativas meu filho não reagia,então peguei seu corpo pesado pela água e carreguei aos prantos enquanto gritava por socorro nas ruas daquele condomínio e quando finalmente um carro parou para nos ajudar,o serviço de emergencia-9111- chegou.
Imediatamente eles tentaram reanimá-lo com o desfibrilador, mas meu menino continuava não respondendo a nenhum estimulo.E diante dos meus olhos,naquele chão quente os paramédicos decidiram então dar uma injeção de adrenalina direto em seu coraçãozinho-A esperança voltou a bater seu coração começou a reagir.Extamente depois daquele momento eu vi meu marido chegar e ainda hoje ao fechar meus olhos consigo ouvir o som da sua voz e ver com riqueza de detalhes meu companheiro de tantas lutas,o “O Pai Vitor” descendo do carro e se jogando de joelhos naquele asfalto enquanto gritava de forma desesperadora: ” – Não, nosso bebê não!!”
Como fui criada na Doutrina Espírita, creio que DEUS é perfeito demais para errar, para fazer apenas esse mundo de provas e expiações, creio que o acaso não existe, que existe vida além daqui, que existe comunicação entre os mundos e que vivemos muitas vezes para chegarmos a perfeição e isso definitivamente não é possível em apenas uma existência. Graças a isso, eu segurei essa barra da melhor forma que pude e creio que fui forte a minha maneira, que fiz o possível para mostrar as pessoas que a vida que nos foi dada é nossa, única e que devemos dar valor a cada minuto dela, mesmo que nosso coração tenha sido arrancado de nosso peito da forma mais dolorida…