Ninguem apareceu para mim visitar naquele primeiro natal …a minha sogra que mora ali do lado recebeu umas 15 pessoas em casa naquela noite…mas, ninguém veio me dar um abraço…os meus outros filhos cada um,com minha benção, foi para um lado,achava justo,pois o que não era justa era passarem a “noite feliz” ao lado de uma mãe onde a ceia seria “antidepressivos”
A sensação de abandono era terrível,eu me sentia usada pela familiares quando eles necessitam de favores, pois como tenho uma vida um pouco melhor que a deles, era comum precisarem de mim…até que um dia “corri” com todo o mundo…é eu sou assim… “encrenqueira” com costumavam me chamar no hospital que meu filho Ruan, praticamente morou nos últimos meses.Mas sou verdadeira,humana inúmeras vezes comprei briga com funcionários, médicos e enfermeiro no hospital por outras crianças,que estavam lá e não conseguiam o atendimento que precisavam…eu de certa forma me sentia em casa naquele hospital e mesmo que eles não gostassem,sempre ouviam minhas verdades e minha busca por atendimento justo e rápido,não só pra meu filho,mas,para os filhos de outras mães que assustadas e tímidas se calavam.
Logo depois do natal,em um dia qualquer,a sobrinha do meu marido veio me convidar pra ser sua madrinha de casamento,eu dopada..disse sim...e passei por muitas “aventuras”por causa disso…Uma delas foi que nesse meio tempo meu marido disse que não iria comigo ao casamento,pois tinha uma partida de futebol no mesmo dia…e aproveitou para pedir o divorcio – alegando que eu não era mais a mesma,que nossa vida conjugal era de fachada e não queria mais uma vida de aparência.
Respirei fundo…juro que desejei ser uma dessas mocinhas,equilibradas,serenas e longanimas,mas,antes que meu desejo se tornasse realidade eu já estava ali “rodando a baiana”….é… aqui no sul agente também ama a Bahia….meu marido bem sabe….
Em uma das minhas primeiras rodadas eu disse aquilo que nós mulheres adoramos dizer nessas situações” você tem outraaaaa” – ele – claro..negou -perguntei de novo…ele disse não -Então jure pelo nosso filho…ele disse: Eu juro…
Diante daquele juramento e por nunca ter tido um motivo real pra desconfiar dele, acreditei que ele estava dizendo a verdade, e tentei explicar que naquele momento de dor estávamos vivendo nosso luto de formas completamente diferente. Enquanto eu ficava em casa, deprimida, tomado remédios e chorando ele sair com os amigos, bebia muito e quando voltava queria sexo.Então ali ficamos horas conversando cada um defendendo seu ponto de vista e no final não decidimos nada…nem sobre a partida de futebol e nem sobre o “detalhe do divorcio”…
Passado alguns dias fui com minha concunhada escolher meu vestido para o casamento,era realmente inacreditável que uma mulher pudesse se senti sendo levado a forca quando na verdade esta indo as compras…Foram horas e mais horas escolhendo um tal de vestido…tudo era feio…sem graça…sem vida aos meus olhos,até que finalmente decidi por um e claro ,antes de sair a moça da loja me lembrou que “o vestido não poderá ser trocado”.
Alguns dias depois quando voltei pra provar os ajustes que ela tinha ficado de fazer, odiei o vestido…não ficou bom…me sentir mal…feia…e disse quero trocar por outro… e já estava preparada pra mais uma “encrenca”, quando estranhamento a moca do “o vestido não poderá ser trocado”, simplesmente disse…“tudo bem não posso trocar,mas,pra você vou trocar” quase em choque fiquei pensando por que ela falou pra você…será se ela estava fazendo isso por mim por causa da minha perda ou por causa da minha fama….preferi não perguntar,já tinha tantas perguntas na vida sem resposta,mais essa não faria a menor diferença