“O luto é um processo de laboração e resolução de uma perda real ou fantasiosa pelo qual todos nós passamos em algum momento da vida, com mais ou com menos sucesso.Quando passamos com êxito, resulta no nosso aprimoramento de caráter e de personalidade, porém seu fracasso pode significar atual ou futura complicação médica e/ou psiquiátrica.”
Segundo os especialista o Luto é um processo e por ser um processo deve ter começo, meio e fim.Normalmente a intensidade da perda é maior nos primeiros meses e vai decrescendo com o correr do tempo,tornando possível se adaptar a vida a nova vida sem a presença do filho que se perdeu.
Porém, quando esse processo não se finaliza e se perpetua, impedindo que a mãe retorne as suas atividades cotidianas, ele dá início ao que se chama de Luto Patológico.
Esse tipo de luto é divido em:
• Luto Crônico: tem duração excessiva e nunca chega a um término satisfatório.
• Luto retardado ou ausente: apesar de uma reação normal a essa perda, ainda assim não foi o suficiente para superá-la. E diante de outra perda(de maior ou menor grau)agirá de forma que não é compatível com a situação.
• Luto Severo: é a intensificação do luto.
A perda pode ser vista como ‘um choque’. Assim como no caso do machucado físico, o ‘ferimento’ aos poucos se cura, porém, podem ocorrer complicações e a cura é mais lenta ou outro ferimento se abre naquele que estava quase curado. Nesses casos surgem as condições anormais, que podem ser ainda mais complicadas com o aparecimento de outros tipos de doenças.
A vários fatores determinantes que podem levar um luto patológico são:
1) Forma da morte;
2) Antecedentes históricos;
3) Variáveis de personalidade e
6) Variáveis sociais. Uma das possíveis causas dessa patologia é o luto adiado ou negado.
No luto adiado as reações imediatas à morte não são apresentadas e são provocadas mais tarde por eventos que não teriam força para tanto. E no luto negado, a mãe não entra no processo de luto, age como se nada tivesse acontecido , negando todos os sinais de sofrimento e dor. Além disso, muitas mães têm a sensação de que se elas deixassem de sofrer ou não mais pensasse em seu filho, ele “pensará” que ela não o ama mais.
No processo de luto normal, isto é, após a morte do filho, sentimentos de ambivalência fazem parte desse processo que se finaliza com a aceitação da realidade e elaboração da dor dessa perda, assim como reajustar-se em um ambiente sem o filho que partiu.
Durante esse processo é comum encontrar os seguintes sintomas como manifestações do luto normal:
– Sentimento:
- Choque
- Tristeza
- Culpa Raiva e Hostilidade
- Solidão
- Agitação
- Ansiedade
- Fadiga
- Anseio
- Desamparo
- Alívio
– Sensações Físicas:
- Vazio no Estômago
- Aperto no Peito
- Nó na Garganta
- Hipersensibilidade ao Barulho
- Sensação de Despersonalização
- Falta de Ar
- Fraqueza Muscular
- Falta de Energia
- Boca Seca
- Queixas Somáticas susceptibilidade a Doenças
– Comportamentos:
- Distúrbio de Sono
- Perda / Aumento do Apetite
- Aumento do consumo de Psicotrópicos, Álcool e Fumo
- Comportamentos “Aéreos”
- Isolamento Social
- Evitar coisas que lembrem a pessoa que faleceu
- Procurar e chamar pela pessoa
- Hiperatividade / Inquietação
- Sonhos com a pessoa falecida
– Cognições:
- Descrença
- Confusão, déficit de memória e concentração
- Pensamentos Obsessivos
- Sensação da presença do filho
- Alucinações
Muitos dos sintomas relacionados ao luto se assemelham aos da depressão e o diferencial para esse diagnóstico é a preservação da auto estima, contrariamente encontrada na depressão. Não se pode diagnosticar uma Depressão Maior antes dos dois meses de luto, ainda que os sintomas correspondam a isso. A prorrogação ou a intensificação dos sintomas acima descritos fazem parte dos critérios diagnósticos para o luto patológico.
E agora meninas,como podemos reconhecer se nosso luto é “Normal” ou Patológico?
Observe se mesmo depois de ter passado muito tempo da sua perda se esses sinais e sintomas persistem
– Memórias espontâneas ou fantasias relacionadas com a o seu filho;
– Fortes períodos de emoção relacionada com ele;
– Anseios ou desejos fortes e perturbadores de que ele esteja presente;
– Sentimentos de intensa solidão e de vazio;
– Afastamento radical das pessoas ou locais que recordam ele;
– Distúrbio do sono e – Perda de interesse pelas atividades profissionais, sociais e cotidianas.
Se você acredita que pode estar vivendo um luto patológico,é muito importante que você procure ajuda especializada.Esqueça e ignore qualquer tipo de preconceito seu o da sociedade e reconheça que você estar doente-sim a morte do seu filho fez você adoecer por um tempo maior que o “normal”, seu corpo e sua mente e agora você precisa ser tratado por um psicólogo que o te ajudará na elaboração do luto e por um médico psiquiatra, pois devido ao agravamento dos sintomas o uso de remédios geralmente é necessário. Esse processo de cura iniciará após o reconhecimento e aceitação da morte do filho amado e, também, com a retomada do controle de suas emoções e problemas que essa perda ocasionou . O luto que não esta resolvido pode deixar marcas que se manifestarão ao longo de toda a vida.
O primeiro passo agora é procurar um médico e ser extremamente sincero , pedi a ele pra te encaminhar para um psiquiatra.E não tenha vergonha e nem medo,pensar que Psiquiatra é medico de louco, é ignorância. E mesmo se fosse quem disse que não ficamos loucas depois que perdemos um filho?…até temos o direito de ficarmos loucas durante um tempo,mas,não o de permanecermos.Se existe profissionais,remédios e outros tipos de ajuda especializadas pra nos ajudar nesse momentos critico,vamos ter sabedoria e atitude pra busca-las.
Eu pessoalmente fui ao Psiquiatra no dia seguinte a morte do meu filho,eu não vivo um luto patológico,mas,não sei se não tivesse agido rápido se hoje seria possível esta aqui trabalhando nesse projeto.Pense nisso,talvez o seu Luto esteja te roubando coisas que você ainda não sabe que te pertence.
Perfeito Cássia! Sempre me fiz de forte e isso foi péssimo pra mim e para vencer o luto. Tive quase todos os sintomas descritos na matéria e a terapia foi fundamental para me ajudar a vencer esse sofrimento e passar pelo luto para viver um novo tempo. Registro aqui meu apoio a todas que passam por isso, procure ajuda, se dê uma chance, escolha vencer essa dor, é possível! Que Deus nos ajude sempre a seguir em frente. Bjs!
Pois eu Jana a primeira “decisão” que tomei foi gritar pra os quartos cantos que eu era fraca…e louca… extrapolei….vive tudo de forma intensa…a raiva, a dor…os vizinhos chegaram a bater na minha porta oferecendo ajuda por ouvirem meu gritos…minhas amigas vinham de longe ajudar meu marido e minha filha nos momentos que eu surtava…Eu senti sim alguns dos sintomas acima,mas,acho que pela minha aceitação,não da morte mais da minha fraqueza,por ter me permitido viver o luto do meu jeito,sem vergonha,sem me importar como o mundo e no dia seguinte já ter ido no psiquiatra e no psicologo,eu não senti sintomas suficientes que pudesse diagnosticar luto patológico.Obrigada por sua presença e seu apoio.