O modo como as crianças reagem a uma perda e o tipo de apoio de que necessitam variam conforme a idade. A forma como ela vai agir diante da morte, será influênciada também por fatores diversos, como por exemplo, sua personalidade, experiências anteriores com a morte, e o apoio da família, mas, a maioria não experimentam as emoções intensas sofridas por nós adultos. Elas podem mostrar a sua tristeza apenas ocasionalmente e por breves períodos, ou podem queixar-se de desconforto físico, como dores de estômago, em vez de expressar a tristeza. Além disso a tristeza que elas sente “vai e volta” e podem mudar ou se apresentar de formas diferentes a medida que ela vai crescendo.
O processo é a intensidade do luto, se dará de acordo com a proximidade da criança com a pessoa que morreu. Por exemplo, a morte de um pai ou um irmão tem um impacto muito maior do que a morte de um avô que a criança raramente via. Além da tristeza imediata, a influência significativa de um pai ou irmão sobre o desenvolvimento contínuo de uma criança fará com que o efeito dessa morte seja sentida repetidamente enquanto a criança cresce.
Quando a pessoa que morreu ficou muito tempo no hospital, poderá parecer para a criança que a vida dela ficará mais fácil. Ela pode pensar, por exemplo, que talvez a morte do irmão signifique que os pais não terá que gastar todo seu tempo no hospital, tendo mais tempo pra ela. É normal as crianças sentirem um pouco de alívio quando um membro da família morre depois de uma longa doença. Os pais devem ajudar a criança perceber que esses sentimentos são normais e que não deve se sentir culpada por tê-los.
Como as crianças a entendem morte em diferentes idades
Bebês (do nascimento aos dois anos)
- Não têm nenhuma compreensão da morte.
- Estão conscientes da separação e vai lamentar a ausência de um dos pais ou de alguém que cuidava dela.
- Pode reagir à ausência com o aumento choro, diminuição da capacidade de resposta, e as mudanças no comer ou dormir.
- Pode continuar procurando ou perguntando pela pessoa e esperar ele ou ela voltar.
- São as mais afetadas pela dos pais ou de alguém que cuidava dela.
Idade Pré-escolar ( 3-6 anos)
- Tem curiosidade sobre a morte e acreditam que a morte é temporária ou reversível.
- Pode ver a morte como se a pessoa tivesse dormindo, mas pensa que ela pode continuar a respirar ou comer depois de morta.
- São cheios de “pensamento mágico” e vêem o mundo como uma mistura de realidade e fantasia.
- São naturalmente egocêntrico e se vêem como a causa dos acontecimentos ao seu redor.
- Muitas vezes se sentem culpados e acreditam que eles são responsáveis pela morte de um ente querido, porque eles são “maus” ou porque desejou que a pessoa fosse embora”.
- Pode acreditar que podem fazer o ente querido voltar se eles se comportarem e forem “bons meninos” ou “boas meninas”.
- Pode se preocupar com quem vai cuidar dele é ter medo de ser abandonado.
- São muito afetado pelo o luto e tristeza dos familiares.
- Como não conseguem colocar seus sentimentos reage a perda através expressando comportamentos como irritabilidade, agressividade, sintomas físicos, dificuldade em dormir, ou regressão (age como bebê , na forma de falar, ou voltando a chupar o dedo com por exemplo)
Crianças em idade escolar (de seis a 12 anos)
- Entende que a morte é “para sempre”, mas pensa que é algo que acontece apenas para outras pessoas.
- Pode pensar que a morte é uma pessoa, um espírito, um fantasma, um anjo, ou um esqueleto.
- Por volta dos 10 anos, começa a entender que a morte é universal, inevitável, e vai acontecer com ele também.
- Se interessam por detalhes específicos da morte e tem curiosidade de saber o que acontece com o corpo após a morte.
- Pode experimentar uma gama de emoções, incluindo culpa, raiva, vergonha, ansiedade, tristeza, e se preocupar com a sua própria morte.
- Continuam a ter dificuldade em expressar seus sentimentos e pode reagir através de comportamentos, como a fobia escolar, o mau desempenho na escola, agressão, sintomas físicos, afastamento de amigos, e regressão.
- Se preocupam com quem mais pode morrer na família , ficando inseguro e com medo de ser abandonado.
- Podem continuar pensando da mesma forma que pensavam na infância de que são de alguma forma culpados pela morte do ente querido.
Adolescentes (13 a 18 anos)
- Já possui uma compreensão adulta do conceito de morte, mas não têm as experiências, habilidades para enfrentar, ou comportamento que um adulto tem diante da perda.
- Pode ter raiva por pessoas da família ou mostrar comportamentos impulsivos ou imprudentes, tais como o uso de drogas, de álcool e brigas na escolas e na rua.
- Podem experimentar uma vasta gama de emoções, mas não sabem como lidar com elas e nem expressar-las.
- A realidade da morte contradiz a visão de um adolescente de si mesmo como invencível.
- Questiona sua fé ou a sua compreensão do mundo.
- Na tentativa de “administrar” o luto, podem causar muitos conflitos familiares por passar parte do tempo com os amigos, ignorando a família.
- Podem se insolar, afastando-se dos amigos e da família.