O tempo não esta sempre do nosso lado, especialmente no processo de luto. Quando perdir o meu filho há oito anos atrás, eu ouvia muitas pessoas bem-intencionadas me dizerem quanto “tempo” eu precisaria para me curar.
Um mês? Absurdo.
Um ano? Pode até ser,mais isso não é uma regra.
Eles tambem adoravam dizer:
“É hora de seguir em frente.”
” É tempo de superar isso”
É hora de voltar à vida.
Ora afinal eu pergunto “Quanto tempo é tempo suficiente para” superar “a morte? E podemos sempre “superar” algo como a vida-alterando-se como a morte do nosso filho?
Se você está lendo isso, as chances são grandes de que você tenha experimentado essa perda devastadora. Depois que meu filho,de 11 anos morreu, Steven,morreu em um acidente, eu enlouquecia quando ouvia as pessoas me falarem sobre o tempo que deveria o luto durar.
Afinal haveria algum momento mágico em que eu deveria me sentir melhor?
Poderia eu ser autorizada a falar da minha tristeza ou dor quando estive em algum evento social?
Por ventura existira alguma fórmula matemática para calcular a duração da dor com base na gravidade da perda?
Minha cabeça girava…girava…girava… Então eu decidi que cabia a mim, e só a mim, saber quando eu iria senti o início da cura. Ninguém iria dizer para mim, quantos minutos, horas e dias eu deveria ficar ali sofrendo pelo meu filho.
Hoje eu sei que nunca vou superar a perda do meu filho, mas agora andei longe o suficiente para “avançar” com uma atitude de vida positiva novamente. Fui seguindo devagar,dando cada passo ao seu tempo e cuidadosamente trabalhando os meus sentimentos. Passei a boa parte dos primeiros três ou quatro anos fazendo terapia do luto , triagem através da dor, vivendo a culpa e cinzas deixadas pelo fogo da morte do meu filho. Como isso pôde ter acontecido? Como faço para continuar cuidadando dos meus outros filhos pra que eles cresçam bem ajustados e felizes?
Com tempo eu comecei a ser capaz de me mover e me afstar da “morte em vida” para “viver a vida” novamente. Claro,eu ainda lamento e vou sempre lamentar a morte do meu menino. A diferença é que agora eu consigo rir de novo, eu amo novamente. E hoje até danço nas festas de casamento.
O tempo é de vital importância nesta importante jornada ,mas, essa é uma viagem que será para sempre e o inicio dela é uma decisão pessoal que cada um deve tomar.
Maria Malin
Chicago-Illinois -EUA