Tudo foi muuito intenso,e mágico!o Thales é um guerreiro!Sobreviveu a uma gestação indesejada,a falta de amor,um pre-natal mal feito…e veio pra mim!
Meu nome é Jackeline Moraes,tenho 29 anos.Como toda menina,sempre sonhei com o dia que meus filhos iam chegar…e eu deixaria minhas bonecas para amá-los,como mãe.
Namoro meu marido desde de minha adolescencia,e lá atras,já sonhávamos com as crianças..escolhemos nomes,e todos os sonhos que um jovem casal escolheria ter,estávamos traçando..Com 20 anos,fiz minha primeira cirurgia.Tive apendicite,e em uma complicação, perdi uma trompa e parte de um ovário.A trompa que ficou,ficou obstruída…e fatalmente,o desejo absurdo e quase insano de ser mãe,precisou ser abafado com aquelas frases de consolo”Deus sabe o que faz”…
Eu tinha muuito medo!Era injusto!Consultei especialistas,que me asseguraram;só com tratamento de fertilização!!Meu mundo parou pra eu pensar sobre minha vida,e nossas perspectivas pro futuro da nossa família…Eu precisava ser mãe!e se tivesse dinheiro (e coragem!) pra fazer fertilização eu já estaria fazendo planos pro meu filho adotivo…SIM!!Eu já queria ser mãe adotiva!Na verdade,quando me vi nessa dificuldade pra engravidar,eu tinha certeza absoluta que seria mãe adotiva…não imediatamente,porque aos 20 anos…desempregada, apenas de namorado,e na escola…seria meio dificil encarar minha família..que,é lógico,fez planos para voos mais altos pra minha vida..
A vida deu voltas…mas esse assunto seeeempreee foi uma constante na minha vida!Mudei pra uma cidade pequena perto da capital.Morei sozinha,e trabalhei em unidade de saúde do município..em contato direto com gestante,criança…e sempre sonhando com o dia,que meu filho choraria,querendo o meu colo..ouvir o doce som da palavra ”mamãe”!
Como pra toda mulher que espera em Deus,os ciclos menstruais pra mim,eram tortura!Sim!apesar das negativas dos médicos,eu seeempre esperei meu milagre!meu filho,meu amor!Esperando,mas planejando arrumar minha vida…pra correr por todos os lados!Meu marido acompanhou minha agonia de perto…me conheceu aos 15 anos,sonhando viver um casamento feliz,e com filhos..3 ao menos,como minha mãe..rs E o filho do coração,esse..com tooodaaa a certeza viria!Porque nós dois queríamos,e trabalhávamos para isso!Estudar,trabalhar,aumentar nossa casinha,e receber de Deus o nosso presente…nosso Thales.Escolhemos juntos o nome dele,beem láá atras…
Fiz pesquisa em abrigos,aqui de Belém,pra conhecer os procedimentos…mas inscrição,mesmo..me acovardei!Ou quem sabe..não era mesmo pra fazer.
Meu filho chegou de forma tão inesperada…=`)…Fizemos uma adoção consensual,antes de mudar (ao que me parece)a lei de adoção.Uma amiga me ligou,contando a história de uma moça que descrevia ser parecida com o menino que eu queria ter..eu sempre disse pra ela,”vou ser mãe de um menino!ele nem precisa ser bebe..pode ser um rapazinho,negro,do jeitinho que sempre sonhei”porque a essa altura,eu já sabia que meninos negros,e já grandinhos saíam com mais dificuldade dos abrigos..
E então,a moça que minha amiga conhecia,tinha essas caracteristicas…mas eu já nem queria saber!Foi por telefone que eu soube…seria mãe!Meu Deus,meu coração transbordando de amor,e um filhinho sedento…Obrigada meu Deus!Decidida,me sentindo muito mãe…comecei a amaaarr esse filho!muuuito!E não podia ser diferente..Deus sabia!Jamais minha vida seria a mesma se naquele instante eu não tivesse aceitado no meu coração esse presente,esse filho,esse amor…Meu pequeno THALESmã :*)…
De cara foi estranho pra mim,entender como uma mulher da minha idade,saudável,capaz de trabalhar,daria um filho dessa forma,pra uma estranha.Meus 26 anos,e quase nenhuma experiencia de vida não me impediram de encarar minha família,e a sociedade…uns me taxaram de insana,precipitada..jovem demais pra escolher ter um filho adotivo.Outros me parabenizaram,como se eu tivesse realizado um bem pra humanidade…meu filho era meu presente!E a grande história da minha vida estava começando naquele momento…
Eu,e a biológica do meu filho,tivemos dois contatos.No primeiro,emprestei dinheiro pra comprar tudo o que eu consegui pra ele.Nunca me referi como ”meu” ou ”teu” filho,e sim como o bebe…fui com medo,querendo conhecer e na verdade entender o porque daquela decisão..e saí de lá certa de que aquele menininho era meu.Exigi apenas da parte dela que tudo fosse feito de maneira judicial,e ela concordou.E assim,”minha gravidez” durou 10 dias..do primeiro encontro ao nascimento.Decidi então vir de vez pra Belém.Pedi uma licença especial no meu trabalho,e de cabeça,fomos eu,meu marido e nossas famílias viver intensamente,apaixonadamente a chegada do nosso pequeno…