Pensei em parar – não trabalhar mais

A tatuagem em homenagem a Joaquim

 

Moro na fronteira do Brasil com o Uruguay e trabalho como artesanato de modelagem,conhecido como porcelana fria ou Biscuit .Quando perdi meu filho Joaquim de 6 anos, fiquei uns dois meses sem modelar,mas o não ter o que fazer me deixou ainda mais depremida, ficava muito na cama, chorava o dia inteiro. Procurei ajuda no espiritismo, o que me  ajudou muito ,mas, decidi não ir  a psicologo ou tomar remedios.Na loucura e na dor daqueles primeiros dias pensei em parar-não trabalhar mais com modelagem-minha cabeça estava  a mil, confusa ,eu  me perguntava se seria certo continuar criando aquelas peças se meu filho amado estava morto- era futil, modelar era futil, estava errado…Questionei tudo da vida e especialmente o  que eu teria feito de errado para ter merecido isso…então o que seria certo? Minha cabeça virou uma bagunça

Com o passar do tempo  minhas clientes começaram a me ligar e mesmo sem vontade, comecei a modelar de novo, retornei meio que  forçada, anestesiada ainda, fazendo tudo de forma automatica. Eu tinha muitas encomendas programadas e minhas clientes nao tinham nada a ver com o ocorrido e eu como profissional precisava cumprir com os meus compromisso. Esse retorno não foi facil no inicio, mas, depois comecei a lembrar do meu Joaquim que adorava tudo o que eu fazia e sempre me incentivava e pedia –” faz um pra mim mãe“–e isso aos poucos foi me dando força pra continuar… continuar por ele,continuar porque eu já fazia isso antes dele nascer,continuar porque ele adorava meu trabalho…

Continuar porque eu tenho retorno das pessoas,elas elogiam ,amam meu trabalhos ,sei que tenho talento e faço tudo bem feito e com amor. Sou grata por ter sempre trabalhado em casa e  assim pude estar presente na vida dos meus filhos na rotina diaria. Sempre trabalhei por paixão e para meus filhos, para que quando chegasse  o natal ou o dia do seus aniversarios eu pudesse comprar os presentes que eles queriam e fazer lindas festas… todos esses anos meus trabalhas foram  pra eles, pois as resposabilidades como a casa sempre foi do meu marido.

Hoje,10 meses depois que meu pequeno Joaquim partiu, sigo trabalhando para ocupar meu tempo, para que ele passe mais  rapido e amenize o vazio imenso que ele deixou em nossas vidas, mas, quase todos os dias interrompo meu trabalho porque não enxergo de tantas lagrimas que correm pelo meu rosto – Mas a vida segue – e eu entres dias bons e dias ruins continuo criando peças lindas e cuidando do meu outro filho e do meu marido.

 

Beijos

Silvia

Para conhecer mais sobre meus trabalhos e fazer encomedas,visite minha pagina no facebook http://www.facebook.com/profile.php?id=1277502317

 E vocês meninas como tem andando sua vida profissional? Nos conte o que você tem feito pra se realizar profissionalmente,

envie o e-mail para mulheresferidasquevoam@mulheresferidasquevoam.com com o titulo VIDA PROFISSIONAL

 

Cassia Cohen -Editora Chefe
Em 1º de abril de 2011 Cassia teve gêmeos,Christopher e Oliver.No dia 06 ,Oliver,o caçulinha faleceu devido a complicações de uma infecção intestinal(enterocolite necrosante ).Em 06 de abril de 2012,um ano depois da partida do seu filho,a revista eletrônica foi lançada. Cassia é Piauiense, mora na Flórida-EUA com seu marido,Stuie e seus filhos Vick e Chris.
http://mulheresferidasquevoam.com

Oi Meninas...e então o que vocês acharam?...comentem

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