Débora: ” Uma das coisas que guardo com muito amor, é a plaquinha da maternidade”
Eu não sei o que aconteceu! Eu não comprei uma única peça de roupa para meu Júnior, tudo o que tenho, foi presente! Está tudo guardado como um tesouro, o mais valioso de todos, porque eu o imaginei dentro de cada uma delas.
Sempre doei as roupas de meus filhos, inclusive da Duda há poucos meses, quando minha mãe me pediu para dar a uma amiga que estava grávida. Eu me lembro que eu mexia nas caixas e tirava algumas peças e minha mãe me perguntou: e as do Júnior? Eu disse: nas do Júnior, ninguém mexe, e ela me perguntou: você vai guardar isso pra sempre? Não sei se consigo entender a falta de sensibilidade das pessoas. Não sei se é ignorancia ou maldade… sei lá! Não tive muita coisa pra guardar, Júnior não teve um quarto só pra ele, e se tivesse, certamente seria um relicário para mim. Com 3 filhos, fica difícil organizar um quarto para cada um, mas isso certamente era o que menos me importava; ele não teria o mundo, mas seria e é o nosso mundo, assim como seus irmãos.
Uma das coisas que guardo com muito amor, é a plaquinha da maternidade. Me lembro que quando entrei na UTI pela primeira vez, vi que os outros bebês tinham essa plaquinha na incubadora e o Júnior não tinha. Fui até a enfermeira e pedi pra que ela colocasse a plaquinha para ele, e ela colocou, com o nome dele, do papai e da mamãe. Assim, aquele lugar frio, tomou um ar infantil e alegre como ele merecia.
Quando ele faleceu, a enfermeira me perguntou se eu queria levar a plaquinha comigo como lembrança, e eu perguntei: posso? Ela disse: claro que sim.
Apesar de todo o sofrimento, sei que cumpri meu papel de mãe enquanto pude. Tudo que Deus me permitiu fazer, eu fiz. Falei baixinho no seu ouvido, milhões de vezes que eu o amava e tenho certeza que ele sentiu todo esse amor. Eu o tive em meus braços, quando já sabia que ele iria partir. Eu o vesti da forma mais linda que eu pude para enterrá-lo, cuidei de cada detalhe. Hoje, carrego comigo a certeza da força desse amor. Sei que ele sente o meu amor e sinto forte a presença dele aqui comigo! Foram 13 dias muito intensos, e ficarão guardados em meu coração por toda a minha vida.
Débora , tem 32 anos, 3 filhos e mora em Belo Horizonte-MG com seu marido, e seus dois filhos.O seu outro filho Júnior,foi morar com Deus com 13 dias de vida.
Para saber da historia de Débora,visite seu blog http://meninoemeninapequeninos.blogspot.com/ e conheça também seus trabalhos de artesanatos no http://bdangoartesanato.blogspot.com/
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Oi, Patrícia! Essa plaquinha tem um valor imenso pra mim. Um dia, enquanto eu organizava as roupas do Júnior, minha filha pegou a plaquinha e eu fiquei brava com ela como não costumo ficar. Me deu um medo de perder o pouco que me restou.
Fico feliz por conhecer o meu blog, bjos.