Duas mães,duas perdas e uma unica missão

Soraya e Carolina

 

 

Ana Luiza,filha de Carol

Me chamo Carolina, tenho 28 anos e sou casada com Marcos. Ana Luiza, nossa filha de 7 anos, tornava nossa vida mais linda e alegre. Juntos, vivíamos dias de muita felicidade.Em setembro de 2010, Ana Luiza foi diagnosticada com um tipo muito agressivo de câncer infantil, localizado na base do crânio, com metástases nos ossos (vertebras e fíbula), pulmões e medula óssea, chamado rabdomiossarcoma alveolar. Como forma de compartilhar nossa dor com amigos e parentes, criamos um blog (vidanormal.blogspot.com), onde detalhamos o dia a dia de Ana Luiza, além de nossos próprios medos e batalhas individuais.

Do diagnóstico até a data de hoje, meu marido e eu entramos, no que eu chamo de “mundo paralelo”, ondem vivem os pais, cujos filhos foram diagnosticados com uma das doenças de prognóstico mais sombrio existente: Câncer Infantil.

Apesar de todos os avanços da medicina, de todos os estudos já realizados, dos excelentes hospitais, dos profissionais envolvidos e de toda a boa vontade e fé de pessoas conhecidas e desconhecidas, minha filha faleceu. O dia 08/07/2011 ficou marcado como o dia em que perdemos nossa única e preciosa filha. Foram 10 meses de uma batalha desleal. Foram 10 meses de intensos aprendizados.

Nossa filha, que cursava o 2º ano do ensino fundamental, praticava capoeira e balé, adorava piscina e cinema, entrou, do dia para a noite, em um mundo de injeções diárias, queda brusca do cabelo, enjoos, falta de apetite e perda de peso. Além de uma série de procedimentos e intervenções dolorosos. O mundo colorido de minha filha, passou a ser o branco do hospitais e dos jalecos dos médicos e enfermeiros, com os quais passou a conviver diariamente. Na mais otimista das mães, o branco da esperança de um dia voltar à normalidade.

A cura da doença e a volta à normalidade eram o que os pais da pequena Giulia também buscavam. No conhecemos através da doença das nossas filhas e imediatamente nos tornamos uma família. Giulia foi diagnosticada 5 meses após Ana Luiza e desde então, nossas vidas se uniram.

Elas faleceram, mas cada uma delas plantou em nossos corações o desejo de fazer por outras crianças, aquilo que foi feito por elas. Dezenas de pessoas se mobilizaram para que elas fossem enviadas a São Paulo em busca de tratamento. Centenas de pessoas doaram sangue em nome delas, inclusive numa das épocas mais complicadas do ano – o carnaval. Hoje, o blog vidAnormal tem mais de 500 mil acessos, onde as pessoas continuam a aprender as lições de vida de uma pequena criança de 7 anos.

A luta de Ana Luiza e Giulia é símbolo de coragem, de força e de determinação. O sucesso do tratamento e a cura completa desta doença terrível, era a esperança de todos os envolvidos e principalmente nossa, pais desesperados.

Mas a dor de perder o contato físico com minha filha, não é maior que o amor que tenho por ela. E por ela, seguiremos. E por ela, continuaremos a batalhar. E se conseguirmos repetir para outras crianças, todo o apoio que foi dado à Ana Luiza e à Giulia, elas não terão morrido em vão, pois as sementes de fé e coragem que nossas filhas plantaram, se tornarão frutos para outras famílias.

Viva Ana Luiza!

Meu nome é Soraya, meu marido se chama Paulo e temos uma filha de 8 anos chamada Giovanna. Vou contar um pouquinho sobre a vida de Giulia Wallace, minha linda filha

Giulia,filha de Soraya

mais nova.Vivíamos felizes, os três. Mas logo o desejo e o sonho de aumentarmos a família foi ficando mais latente. Após vários anos de tentativas para engravidar, com exames e consultas, finalmente o nosso tão esperado positivo chegou.

Tudo então ganhou mais cor, nossa família inteira ficou radiante com a notícia da nova sementinha de amor. A gravidez foi perfeita, sem nenhuma intercorrência. Seguíamos em estado de graça. Giulia Wallace nasceu em 4 de Agosto de 2009. A felicidade era plena, pois o sonho tinha sido realizado.

Nosso anjo era uma bebezinha linda e crescia saudável. As consultas à pediatra eram somente de rotina. Tudo seguia muito bem. A vida era boa.Em Janeiro de 2011, Giulia então com 1 ano e cinco meses, tínhamos nos programado para fazer a viagem dos sonhos de Giovanna. Íamos para a Disney!

Giulia foi conosco. E logo nos primeiros dias da viagem, a falta de apetite e uma febre em nosso bebê nos preocupou muito. Praticamente não saímos do quarto hotel. A viagem inteira senti minha filha diferente, pensava eu que pudesse ser o ambiente novo e os novos dentinhos a causa de tudo aquilo.

Tão logo chegamos em Manaus, procuramos a pediatra e foram receitados vários remédios. E nada de Giulia melhorar, pois continuava a ter febres e já estava até com “princípio de pneumonia”.À essa altura ela já estava desidratada, apresentando vômitos, diarréia e uma anemia severa. Já internada e após vários exames, Giulia fez uma tomografia, e então o diagnóstico mais terrível nos foi dado: Câncer.

Minha filha tinha um tumor com mais de 10 cm acima do rim. Não podia acreditar naquilo, o meu bebê nunca havia dado nenhum sinal de que estivesse com essa doença tão horrenda.Depois desse diagnóstico, lembrei na mesma hora que dias antes de viajar eu havia lido um blog, o VidAnormal, de uma Amazonense chamada Carolina Varella, contando o drama de sua filha Ana Luíza, que estava enfrentando essa doença, e nessa ocasião eu tinha ficado muito mal em saber que aquela criança linda e aparentemente saudável estava naquela situação. Sofri como mãe, e rezei muito por Ana Luíza.

E agora minha filha estava na mesma luta pela vida.Faltou chão para a família toda. O terror, o medo e o desespero tomou conta de nós.Dia 15 de fevereiro foi o dia do diagnóstico, e com o apoio da família, de amigos e do Governo do Estado, conseguimos dia 18 de fevereiro embarcar em uma UTI aérea rumo a São Paulo para iniciarmos o tratamento oncológico no GRAACC.Eu, meu marido e Giulia nos mudamos para São Paulo e Giovanna a príncipio ficou em Manaus sob os cuidados de familiares até nos estruturarmos.Inicíamos o tratamento, que seria muito difícil e longo. Giulia tinha um Neuroblastoma, tipo de câncer que se inicia do tecido nervoso devido a um erro genético. O tumor era inoperável devido ao seu tamanho e localização. Contávamos somente com quimioterapia e com o Milagre Divino.

Após os dois primeiros ciclos de quimioterapia, tivemos ótimas notícias, o tumor havia reduzido quase 40%. Ficamos com nossa fé renovada e acreditávamos que muito em breve voltaríamos para casa com Giulia curada em nossos braços.

Nessa ocasião fomos visitar Ana Luíza, Carolina e Marcos, pois desde o dia do diagnóstico havíamos nos falado e nos tornado amigos na dor. Chegando ao hospital A. C. Camargo, a emoção em conhecê-los foi muito forte. Tínhamos grande sintonia. Tínhamos fé!

Prosseguindo o tratamento de Giulia, no ciclo seguinte senti que ela já não estava tão bem como antes, a dificuldade para se alimentar voltara e a certeza de que esse câncer era muito agressivo aumentou.Após novos exames, o novo resultado era desesperador. O tumor havia aumentado cerca de 80%. Um monstro avassalador!

Foi tentado um novo ciclo com uma nova droga na intenção de que o tumor regredisse novamente, mas ele respondeu muito mal, e começou a sangrar, gerando uma hemorragia muito grande. Já na UTI, veio a necessidade de conseguir sangue, e centenas de doações foram feitas em SP em favor de Giulia. Seu drama comoveu muitos.O amor pela Giulia crescia a cada dia até mesmo em desconhecidos, pois as redes socias eram o meu diário. Lá eu escrevia tudo o que acontecia com minha pequena, eu desabafava e encontrava o conforto e a confiança que precisava para seguir em frente.

Foram apenas três meses de luta, sendo 22 dias na UTI. Ela foi cercada de muitas orações e fé.E no dia 22 de Maio, dia mais triste em minha vida, Giulia não resistiu.

Muitos choraram e a tristeza tomou conta daqueles que a amavam.Voltamos para casa sem a Giulia em nossos braços. Mas ela vai ficar eternamente guardada em nossos corações e em nossa alma.Ela é a estrela mais brilhante lá do céu.O amor que sentimos por ela ficou entre nós, e a cada dia aumenta mais.

Viva Giulia!!!

 

 Ana Luiza era uma criança de 7 anos, que adorava balé, capoeira e livrarias.
Saudável e livre de qualquer doença, subitamente acordou vomitando e com dor de cabeça. Seis dias depois, teve que ser removida de UTI aérea para São Paulo, onde foi diagnosticada com um rabdomiossarcoma metastático. Após 10 meses de luta e faltando 20 dias para retornar a Manaus, o câncer voltou e ela faleceu em um mês.

Giulia foi um bebê muito planejado por uma família que já tinha 3 membros: Soraya, Paulo e Giovana.
Ela nasceu saudável e na primeira viagem da família a Disney, teve febre e ficou sem apetite. Ao voltar pra casa, após 15 dias, foi diagnosticada com um tipo raro de câncer: neuroblastoma supra renal. Foi para São Paulo em UTI aérea e depois de lutar por 3 meses, com 1 ano e 9 meses, faleceu.

Infelizmente elas não venceram a doença, mas foram vitoriosas durante todo tratamento, distribuindo graça e força em meio ao sofrimento e plantando amor e solidariedade no coração de milhares de pessoas que se mobilizaram para ajudá-las. Foi diante de toda essa linda mobilização que os pais desses anjos decidiram que dali em diante teriam uma missão: ajudar outras famílias que estivessem passando pelo mesmo problema assim como foram ajudados.

Assim foi fundado o Instituto ALGUEMAna Luiza e Giulia Unidas Em Missão.

 

http://www.alguem.org

Visite o site e veja como você pode ajudar nessa causa

Cassia Cohen -Editora Chefe
Em 1º de abril de 2011 Cassia teve gêmeos,Christopher e Oliver.No dia 06 ,Oliver,o caçulinha faleceu devido a complicações de uma infecção intestinal(enterocolite necrosante ).Em 06 de abril de 2012,um ano depois da partida do seu filho,a revista eletrônica foi lançada. Cassia é Piauiense, mora na Flórida-EUA com seu marido,Stuie e seus filhos Vick e Chris.
http://mulheresferidasquevoam.com

Oi Meninas...e então o que vocês acharam?...comentem

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